Dando se­gui­mento ao con­teúdo da re­so­lução apro­vada pelo Co­mité Cen­tral a 18 de Se­tembro, o PCP adi­antou na sessão de dia 7 os as­pectos cen­trais do pro­grama das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário da Re­vo­lução de Ou­tubro, que será mar­cado por um «vasto leque de ini­ci­a­tivas que darão ex­pressão às múl­ti­plas ver­tentes, acon­te­ci­mentos, di­men­sões e as­pectos da Re­vo­lução de Ou­tubro e do pro­cesso de cons­trução do so­ci­a­lismo». Expor a na­tu­reza do ca­pi­ta­lismo e as suas de­sas­trosas e rui­nosas re­per­cus­sões para a hu­ma­ni­dade e afirmar o so­ci­a­lismo como exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo serão os ob­jec­tivos cen­trais destas co­me­mo­ra­ções.

A pri­meira ini­ci­a­tiva será uma sessão pú­blica em Lisboa, a re­a­lizar no dia 28 de Ja­neiro, na qual será evo­cada a li­ber­tação da Eu­ropa do na­zi­fas­cismo pelo Exér­cito Ver­melho, que a 27 de Ja­neiro de 1945 li­bertou o campo de con­cen­tração de Aus­chwitz, o maior e mais ter­rível campo de ex­ter­mínio do nazi-fas­cismo, no qual morreu mais de um mi­lhão de pes­soas nas câ­maras de gás.

De Fe­ve­reiro a No­vembro, re­a­lizar-se-á um ciclo de de­bates em torno das grandes li­nhas do pro­gresso e de­sen­vol­vi­mento, das grandes re­a­li­za­ções, con­quistas e avanços con­se­guidos pela Re­vo­lução de Ou­tubro em di­versos do­mí­nios e pelo pro­cesso de cons­trução do so­ci­a­lismo na União So­vié­tica e nou­tros países, bem como as suas der­rotas e re­cuos. Estes de­bates serão re­a­li­zados de forma des­cen­tra­li­zada e em datas mar­cantes da Re­vo­lução de Ou­tubro, seus an­te­ce­dentes e sub­se­quente pro­cesso de cons­trução do so­ci­a­lismo.

O sig­ni­fi­cado pro­fundo que a Re­vo­lução de Ou­tubro as­sumiu na luta pela paz – não por acaso Lé­nine con­si­derou-a a «pri­meira vi­tória na luta para su­primir as guerras» – será re­al­çada em Lisboa numa ini­ci­a­tiva a re­a­lizar no Dia da Vi­tória, 9 de Maio. Para além de se va­lo­rizar o De­creto da Paz (o pri­meiro do poder so­vié­tico) e o con­tri­buto de­ter­mi­nante dado pela URSS na der­rota dos exér­citos nazi-fas­cistas e da sua po­lí­tica de paz e so­li­da­ri­e­dade, será ainda des­ta­cada a su­pe­ri­o­ri­dade do so­ci­a­lismo, ao afastar por muito tempo o pe­rigo de uma nova guerra mun­dial, o que cons­trasta com os riscos de guerra e fas­cismo que pairam hoje sobre a hu­ma­ni­dade.

No mês de Junho, em Lisboa, terá lugar o Se­mi­nário «So­ci­a­lismo – Exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo», no qual serão abor­dados temas re­la­ci­o­nados com o pro­cesso his­tó­rico de eman­ci­pação da hu­ma­ni­dade, do ca­pi­ta­lismo ao so­ci­a­lismo, e, em par­ti­cular, a Re­vo­lução de Ou­tubro e o pro­cesso de cons­trução do so­ci­a­lismo, com as suas ex­tra­or­di­ná­rias re­a­li­za­ções, con­quistas e avanços de im­pacto mun­dial. A si­tu­ação ac­tual, o agra­va­mento da crise do ca­pi­ta­lismo e a ne­ces­si­dade da sua su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária também es­tarão em foco.

Con­tri­buto para a luta ide­o­ló­gica

A Festa do Avante! será também um dos ele­mentos prin­ci­pais destas co­me­mo­ra­ções, com a re­a­li­zação de uma grande ex­po­sição vi­rada para os tra­ba­lha­dores, a ju­ven­tude, a po­pu­lação, dando evi­dência aos di­versos as­pectos, trans­for­ma­ções e con­quistas da Re­vo­lução de Ou­tubro e às ex­pe­ri­ên­cias da cons­trução do so­ci­a­lismo. Será também uma opor­tu­ni­dade para con­frontar o sis­tema ca­pi­ta­lista com o so­ci­a­lismo e para pro­jectar os va­lores, ideais e pro­jecto co­mu­nista.

A 7 de No­vembro, dia do cen­te­nário, o PCP pro­move um grande co­mício no Co­liseu dos Re­creios, em Lisboa, a par de ou­tras ini­ci­a­tivas um pouco por todo o País.

A fim de va­lo­rizar os avanços da Re­vo­lução de Ou­tubro nos campos da cul­tura e da arte e de re­a­firmar a so­ci­e­dade so­ci­a­lista fu­tura como a única capaz de as­se­gurar a li­ber­tação e re­a­li­zação do ser hu­mano, a sua fe­li­ci­dade e bem-estar, serão pro­mo­vidas ini­ci­a­tivas de di­vul­gação e va­lo­ri­zação de filmes, te­atro e obras de arte ba­se­ados em mo­tivos re­la­ci­o­nados com a Re­vo­lução de Ou­tubro, com a ca­rac­te­ri­zação do ca­pi­ta­lismo, e com o so­ci­a­lismo. Serão ainda edi­tadas obras reu­nindo textos de Lé­nine e Álvaro Cu­nhal sobre a Re­vo­lução de Ou­tubro e ainda re­e­di­tado o livro de John Reed Dez Dias que Aba­laram o Mundo.

O Avante! e O Mi­li­tante de­di­carão uma grande atenção ao tra­ta­mento das co­me­mo­ra­ções ao longo do ano e de ques­tões re­la­ci­o­nadas com a efe­mé­ride que elas as­si­nalam, ao mesmo tempo que será aberta uma pá­gina es­pe­cí­fica na In­ternet.

Do pro­grama consta ainda um con­junto de ini­ci­a­tivas para a ju­ven­tude sobre a im­por­tância e o sig­ni­fi­cado da Re­vo­lução de Ou­tubro para os jo­vens, os graves pro­blemas cri­ados à ju­ven­tude pelo ca­pi­ta­lismo e a ne­ces­si­dade do so­ci­a­lismo para as­se­gurar os seus di­reitos e con­cre­tizar os seus so­nhos e as­pi­ra­ções.

As co­me­mo­ra­ções en­cerram a dia 9 de De­zembro, no Porto, numa ini­ci­a­tiva com uma forte com­po­nente cul­tural que va­lo­ri­zará o so­ci­a­lismo como grande pa­tri­mónio ma­te­rial, po­lí­tico, ide­o­ló­gico e moral da classe ope­rária e dos povos, dos ex­plo­rados e opri­midos, que se impõe como exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo.